Relacionamento com o pai e suas consequências no amor adulto
Nem sempre é fácil olhar para esse lugar. Afinal, falar sobre o relacionamento com o pai é, muitas vezes, tocar em ausências, silêncios, rigidezes ou idealizações que moldaram — mesmo sem querer — a forma como nos deixamos ser amadas.
Desde muito cedo, a figura paterna costuma representar autoridade, segurança e reconhecimento. Quando essa presença falha, se torna ausente ou se mostra severa, o coração registra não apenas o fato em si. Ele também guarda a sensação de não sermos suficientemente dignas de cuidado, atenção ou validação.
E o que acontece quando crescemos com esse registro?

Trazemos, sem perceber, essas feridas para os relacionamentos adultos. Muitas vezes buscamos nos provar o tempo todo. Além disso, esperamos reconhecimento em excesso. Confundimos controle com amor e, em diversos casos, aceitamos migalhas emocionais porque acreditamos — lá no fundo — que esse é o nosso lugar no afeto.
Com o passar dos anos, a repetição desses padrões sufoca. Entramos e saímos de relações sem compreender por que parecemos reviver o mesmo roteiro. No entanto, enquanto não revisitamos esse primeiro espelho — o do pai — seguimos buscando fora aquilo que só podemos ressignificar dentro.
Revisitar essa relação não é sobre apontar culpados, mas sim libertar-se. É compreender o que foi possível, reconhecer o que não foi e escolher o que você não precisa mais carregar. Dessa forma, o eu adulto ganha a chance de amar sem mendigar, escolher sem medo e construir vínculos que nascem do inteiro — e não da carência.
Esse processo pode doer, no entanto, também cura.
Ao curar a história com o pai, você abre espaço para uma nova história de amor: com o outro, sim — mas principalmente consigo mesma.
✨ Que tal permitir-se mergulhar nesse olhar interno e reescrever esse capítulo com mais clareza e verdade?