O que acontece quando não sabemos digerir as emoções?
A linguagem do corpo, ensinada por Cristina Cairo, nos mostra que cada disfunção carrega uma mensagem. O mau hálito, por exemplo, pode estar ligado a pensamentos tóxicos e emoções não elaboradas — aquilo que, em vez de ser transformado em aprendizado e eliminado, fica fermentando dentro.
E aí vem a grande questão: quando não digerimos as situações da vida, não deixamos que elas sigam o fluxo natural (absorver o que faz sentido e liberar o resto). Ao contrário, vomitamos em cima de quem mais amamos.
Não porque não os respeitamos, mas porque, em algum lugar, acreditamos que eles podem ser esse “vaso seguro” capaz de receber o que não conseguimos sustentar sozinhos.
Só que existe um perigo aí: quando jogamos nossas frustrações, medos e raivas no colo do outro, sem filtrar e sem elaborar, vamos intoxicando os relacionamentos. É como aquele intestino que se recusa a eliminar por dias — tudo que fica retido, apodrece. O enfezamento não é só físico: ele também é emocional.

O corpo fala, a mente grita e a alma cobra
Além da metáfora emocional, também é importante entender que quando não sabemos digerir as emoções, o corpo dá sinais concretos. Úlceras, gastrites, refluxo, constipação e até dores musculares podem ser manifestações físicas de conteúdos mal elaborados.
No campo emocional, as consequências são igualmente duras: ressentimentos acumulados, explosões de raiva em momentos desproporcionais, silêncios carregados de tensão. É como se o inconsciente dissesse: “Se você não olhar para isso, vou dar um jeito de aparecer”. E aparece — seja em um sintoma, seja em um comportamento repetitivo que intoxica as relações.
A psicanálise chama esse processo de projeção: despejamos no outro aquilo que não conseguimos reconhecer em nós. E, no fim, não é sobre quem recebe, mas sobre quem não consegue digerir.
Então eu te pergunto
Quais situações da sua vida você ainda não digeriu?
Quem tem servido de “lixeira emocional” para os conteúdos que você não consegue processar?
E até quando você vai acreditar que amar é suportar o vômito emocional do outro?

A vida pede digestão e não retenção
A cura começa quando aprendemos a elaborar, digerir e liberar. No corpo, isso significa saúde. Na alma, isso significa leveza. Porque ninguém veio ao mundo para carregar as fezes emocionais de ninguém.
E talvez esse seja o verdadeiro convite do corpo quando ele grita:
— Pare de intoxicar. Aprenda a digerir as emoções.
A vida pede digestão, não vômito.
Pede fluxo, não retenção.
E quando entendemos isso, paramos de intoxicar quem mais amamos e começamos a curar o que realmente importa: nós mesmos.
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